quinta-feira, 5 de março de 2009

"Comecei este texto para escrever a você que não sei o que me leva a escrever a você. Um escritor de categoria não teria escrito a frase anterior. Ou teria? Nossa história teve o final que merecemos. Fiz mal a você, você fez mal para mim. nos autodestruímos muito antes que oficialmente rompêssemos. Éramos cadáveres amorosos, mas a inércia nos fez seguir em frente. Já não tínhamos nada em comum exceto as recordações. Cada um com suas coisas, os dois distantes como se vivêssemos em planetas diferentes.
Mas lá para trás. Agora sei po que escrevi. Lá para trás. Antes que nossos caminhos se bifurcassem. Queria te dizer que naquela época nos divertimos. Nós. Nós acreditávamos em nós mesmo, e o tempo provaria que era um erro. Mas mesmo assim. Os dias em que erradamente acreditávamos em nós mesmos foram ensolarados. Éramos cegos para a realidade e no entanto achávamos ver para nós um futuro como conto de fadas.
Sim. Escrevi porque gostaria que sua memória de nós dois fosse dominada palas lembranças não de nosso fracasso, do nosso desencontro sem volta, do nosso final miserável, da nossa comprovação doída de que não tínhamos sido feitos um para o outro. E sim pelas lembranças dos dias em que acreditávamos. Quantas vezes na vida, afinal, nós acreditamos em alguma coisam ainda que por um erro de visão?"

Fabio Hernandez

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